Ele era um multi-instrumentista que tocava banjo, bandolim, cavaquinho, guitarra elétrica, violão, guitarra havaiana, guitarra portuguesa e violão tenor com a mesma competência e escrevia músicas e arranjos para todos eles. Existe inclusive uma piada que diz que Garoto tocaria até um instrumento de arame farpado.
Garoto começou a aprender música muito cedo (seu primeiro apelido foi "Moleque do Banjo") e rapidamente se tornou requisitado em casas de shows e nas rádios. Nos idos de 1940, ele passou alguns meses fazendo uma turnê nos EUA acompanhando Carmen Miranda, o que o colocou em contato com os músicos americanos de Jazz.
A música de Garoto é um caldeirão de muitas e variadas influências. Suas raízes estão no Samba e no Choro, onde o gênio de Pixinguinha talvez seja sua maior influência. Ao mesmo tempo, ele estava sempre experimentando outros estilos e em contato com o que estava sendo feito de mais moderno na época. Ele provavelmente foi o primeiro a introduzir as chamadas "blue notes", típicas do Jazz, em gêneros tradicionais. Ele também mostrou uma forte influência do Impressionismo francês, em especial as idéias harmônicas de Debussy.
A maioria de suas peças para violão solo teria sido perdida se não fosse pela iniciativa do Prof. Ronoel Simões, que era amigo de Garoto e o levou para o estúdio da RGE em São Paulo e colocou Garoto para gravar as próprias músicas. Essas gravações se tornaram históricas e foram a base sobre a qual Geraldo Ribeiro e posteriormente Paulo Bellinati trabalharam para gravar seus discos e escrever seus arranjos e transcrições.
A influência de Garoto foi essencial para modelar as idéias musicais de muitos outros violonistas brasileiros que lhe sucederam, como Laurindo Almeida, Paulinho Nogueira, Luiz Bonfá e Baden Powell, apenas para mencionar alguns.
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